sexta-feira, 30 de julho de 2010

PETER PAN


"To die will be an awfully big adventure".

Muito tempo depois de assistir aos diversos filmes e animações narrando as aventuras de Peter Pan, finalmente tomei vergonha na cara e adquiri a obra original que deu origem a tantas versões diferentes. Não posso dizer que fiquei surpreso com o que vi - o livro faz por merecer seu incrível status de clássico atemporal sem muito esforço.

O livro Peter Pan, escrito por James Matthew Barrie em 1911, é na verdade uma adaptação literária da peça criada pelo próprio Barrie anos antes. Não irei me estender dando detalhes sobre a vida do autor por um simples motivo - o filme Em Busca da Terra do Nunca, dirigido por Marc Forster e estrelado por Johnny Depp, mostra o que motivou Barrie a escrever a peça e quem foram as pessoas que serviram como modelo para suas personagens de modo gostoso e facilmente compreensível. Se você ainda não assistiu ao filme, corra já até as locadoras!

Pois bem, à primeira vista, Peter Pan pode parecer uma fantasia simples escrita para crianças ou pré-adolescentes que ainda gostam de contos de fadas, visto o estilo e idade de seus personagens e a linguagem usado por Barrie. No entanto, para olhos um pouco mais atentos, a obra contém pensamentos e metáforas que fazem com que o livro deixe de ser um simples conto infantil para se tornar uma história mágica capaz de agradar pessoas de qualquer idade.

Como todos já devem saber, tudo começa com os irmãos Wendy, John e Michael Darling, sob os cuidados de sua amável mãe e rígido pai. Wendy, a mais velha e sonhadora entre os três, tem muita curiosidade para conhecer a famosa figura denominada Peter Pan, descrita tantas vezes por sua mãe. Uma bela noite isso acaba acontecendo, justamente enquanto Peter tenta recuperar sua sombra, que havia se separado dele. Wendy presta ajuda ao estranho rapaz e Peter, muito sabido em seus argumentos, convence tanto Wendy quanto John e Michael a irem até a Terra do Nunca, terra mágica onde ele reside.

A viagem é longa e exaustiva, mas quando os Darling chegam à Terra do Nunca, eles logo vêm a beleza do lugar enquanto são recepcionados pelos Meninos Perdidos - uma recepção nada calorosa para Wendy, devo dizer, já que a criaturinha mais encantadoramente maliciosa de todas, a fada Sininho (Tinker Bell), morre de ciúmes da menina. Passados alguns entreveios, Wendy acaba por se tornar a mãe de Peter e dos seis Meninos Perdidos, vivendo aventuras incríveis ao lado deles - algumas narradas e outras, como o próprio Barrie relata em sua obra, apenas brevemente comentadas, pois um livro com todas as aventuras de Peter Pan seria impossível de ser escrito.

Peter Pan é uma gostosa reflexão sobre o amadurecimento, ou pelo menos a aceitação dele. Na terra do faz de conta, Wendy é obrigada a crescer e se tornar uma mãe aos garotos órfãos, o que efetua sua transição de garota a mulher. Peter é mais ousado, recusa-se a crescer e se tornar um adulto pelas consequências chatas que isso trará. Por outro lado, o famoso Capitão Gancho, ou James Hook, mostra-se por vezes um vilão falho e humano que sente falta de agradar crianças ou até mesmo de ser uma figura paterna, tornando-se um espécie de alterego do pai de Wendy - aliás, em qualquer adaptação teatral de Peter Pan, o sr. Darling é sempre interpretado pelo mesmo ator no papel de Capitão Gancho. No plano de fundo, temos ainda o Crocodilo que, tendo engolido um relógio, serve como constante lembrança a Gancho que o tempo passa e está a caçá-lo, o que leva o capitão dos piratas a seus mais fervorosos ataques de nervos.

Recomendo Peter Pan para qualquer pessoa de qualquer idade, mesmo a obra tendo sido tão bem adaptada para o cinema inúmeras vezes - a astúcia e malandragem de Peter ficam mais explícitas no livro, onde a personagem não é nada ingênua e por vezes um tanto maldosa.

Ah, e para os curiosos, meu sobrenome é mesmo Pan e não, não tenho parente algum chamado Peter. Pelo menos não que eu saiba.

Pens Up: 5/5

segunda-feira, 26 de julho de 2010

SCOTT PILGRIM

Outubro marca a estreia do filme Scott Pilgrim Vs. The World por aqui, longa baseado na série de HQs Scott Pilgrim, escrita e desenhada pelo artista canadense Bryan Lee O'Malley. Recentemente, tive o privilégio de adquirir os dois primeiros volumes da coleção dessa saga que, através de sua simplicidade e humor afiado, tem cativado tantos fãs pelo mundo e posso dizer que sim, gostei muito do que vi!

SCOTT PILGRIM'S PRECIOUS LITTLE LIFE

O primeiro dos seis volumes da série apresenta Scott Pilgrim, um cara de 23 anos agitado e divertido que, como baixista de sua banda, reside em um pequeno apartamento que divide com seu amigo gay Wallace, em Toronto, Canadá. Scott leva uma vida sem complicações, sem se importar com o fato de não ter emprego ou namorar uma menina de 17 anos que ainda nem terminou o colegial.

Pois é, um pouco disso muda quando Scott encontra uma figura recorrente de seus sonhos enquanto visita a biblioteca municipal - uma garota misteriosa que atrai sua atenção imediatamente. Após descobrir que a garota em questão se chama Ramona Flowers e que ela trabalha para a Amazon.ca, Scott compra alguns CDs pela internet para conhecer melhor a garota e, através desse encontro, cria uma afinidade entre eles. Nem tudo é um mar de rosas, porém. Para poder ficar com Ramona, Scott é avisado por ela que deve derrotar os 7 malignos ex-namorados da garota, dando início à uma série de batalhas para que Scott fique com o amor de sua vida.

Scott Pilgrim's Precious Little Life prima por sua originalidade e simplicidade. O'Malley consegue transmitir muita vivacidade em poucos traços e, através de diálogos mundanos, consegue construir de modo exímio a personalidade de cada personagem. É impossível não gostar de Scott ou de seus amigos, tampouco não rir com seus problemas aparentemente tão simples. Além disso, O'Malley mescla situações totalmente plausíveis à verdadeiras cenas e poses de batalhas divertidíssimas, renovando o passo da história constantemente.

SCOTT PILGRIM VS. THE WORLD

Agora que o objetivo de Scott está um pouco mais claro e ele já passou pelo primeiro maligno ex-namorado de Ramona, Scott Pilgrim Vs. The World aprofunda a divertida relação entre os dois e começa a revelar fatos interessantes do passado de Scott. Nesse meio tempo, o garoto é obrigado a finalmente tomar uma decisão quanto a seu relacionamento com a colegial Knives Chau, uma decisão que pode ter sérias consequências para a Scottaholic, como ela se denomina. Surge também o segundo maligno ex-namorado de Ramona e a vida de Scott fica um pouco mais complicada quando ele revê sua ex-namorada Envy, a garota que o deixou na fossa há um ano.


Muito humor e referências enchem o segundo volume de Scott Pilgrim. Final Fantasy, Super Mario, Secret of Monkey Island, enfim, diversos tópicos da cultura nerd são abordados de modo sutil e preciso, divertindo quem entende sem frustar os que não estão tão familiarizados com aquilo. O enredo continua afiado e a criativa e engenhosa divisão de quadros dá um novo charme à narrativa, em especial na sequência em que Scott conversa com sua ex-namorada Envy ao telefone.

LONGA-METRAGEM

Scott Pilgrim Vs. The World é inclusive o subtítulo para o filme Scott Pilgrim, que deve resumir os seis volumes da saga em um único longa, estrelado por Michael Cera, Jason Schwartzman, Chris Evans, Brandon Routh e muitos outros atores conhecidos. O trailer do filme pode ser acessado pelo link http://www.youtube.com/watch?v=qoFqatfEFrw. Se você tiver interesse, os dois primeiros volumes de Scott Pilgrim já foram traduzidos para o português e condensados em um volume só, pelo preço de R$35,00. Para os fãs de quadrinhos divertidos e originais, Scott Pilgrim não pode faltar em sua coleção!

Pens Up: 5/5

sexta-feira, 23 de julho de 2010

ALL TOO EASY

Se a cidade de Columbia tem Viper para defendê-la, Long Island apresenta o primeiro sujeito fantasiado que mostra indícios de defender o lado negro da nerdice - e ele é nada mais nada menos do que Darth Vader.

Na manhã de hoje, um sujeito vestido com o lendário traje negro do alterego de Anakin Skywalker (e um par de calças de sarja) invadiu um pequeno banco local e, empunhando um revólver ao invés de um sabre-de-luz, obrigou os funcionários a lhe entregarem uma quantia não informada de dinheiro. Como não podia deixar de ser, todos acharam que aquilo era algum tipo de piada - pelo menos até Darth Vader revelar sua arma e causar um distúrbio na força local.

Pois é, amigos, parece que a moda está pegando. Mal posso esperar para ver se semana que vem também teremos mais um alucinado nas páginas da internet. Caso encontre um desses pelas ruas, só posso esperar que a Força esteja contigo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

NOWHERE BOY

"Is nowhere for the geniuses, sir? 'Cause then I probably do belong there."

Como qualquer Beatlemaníaco, fiquei extremamente contente quando foi anunciado o filme Nowhere Boy ano passado, um longa que deveria retratar a conturbada adolescência de John Lennon até seu encontro com outras famosas personagens que, posteriormente, formariam a maior banda de rock de todos os tempos. Infelizmente o filme não veio parar em nossas terras (pelo menos não que eu saiba), o que me forçou a baixá-lo para que eu pudesse assisti-lo. E não é que eu recomendo que todos façam o mesmo?

Dirigido pela estreante Sam Taylor-Wood, Nowhere Boy trata de um modo muito sensível os delicados aspectos da adolescência de John Lennon (Aaron Johnson, o Kick-Ass), como o modo como ele foi criado por sua rígida tia Mimi (Kristin Scott Thomas dá um show de atuação), sua reaproximação com sua mãe Julia (Ann-Marie Duff), a verdade por trás de seu pai e sim, o lendário encontro entre ele e Paul McCaurtney (Thomas Brodie Sangster). Sobra ainda tempo para uma pontinha de George Harrison também, para felicidade geral dos fãs.

É importante ressaltar, contudo, que mesmo com a presença de alguns Beatles, o filme não trata necessariamente de como eles começaram a banda. Mais que isso, o longa retrata o início da jornada de John pela música e pelo rock n' roll, estilo ao qual o garoto é fascinado graças ao grande Elvis Presley. Levando isso em consideração, a trilha sonora do filme faz bonito - clássicos dos anos 50 e 60 como "Blue Moon" juntam-se a gênios do rock como Buddy Holly e Elvis Presley, tornando a coisa toda ainda mais interessante. Aliás, no que diz respeito à música, Aaron Johnson manda muito bem ao reproduzir canções como Maggie Mae na raça, assim como todo o elenco - Thomas Brodie consegue até personificar o violão canhoto de Paul McCaurtney. A dramaticidade da história fica no modo como John enxerga o mundo e como o mundo o enxerga. O garoto carrega consigo uma certa rebeldia contra as pessoas que aparentemente o abandonaram, eventualmente achando um pouco de conforto em seu eterno amigo e rival Paul, que tentava se recuperar da perda de sua mãe.

Enfim, recomendo Nowhere Boy não só para fãs de Beatles, mas para qualquer um que seja curioso em saber as motivações por trás do grande gênio que foi John Lennon. Se você de quebra tem uma queda por cinema britânico, o filme irá deliciá-lo ainda mais, uma vez que a produção inteira é, além de independente, inglesa. Está tudo lá: sotaque inglês carregadíssimo, rock n' roll, The Quarrymen, Liverpool e até mesmo o Cavern. Certamente os mais apaixonados vão se deliciar procurando os diversos Easter Eggs espalhados pelo filme.

Thumbs Up: 4/5


quinta-feira, 15 de julho de 2010

SHREK PARA SEMPRE... OU NÃO?

É meio injusto assistir ao quarto e último (será?) longa de nosso amigável ogro verde duas semanas depois de ver Toy Story 3, por isso tentarei ser o mais imparcial possível ao fazer meus comentários sobre o novo filme da franquia da Dreamworks, evitando qualquer tipo de comparação entre as duas animações.

Pois bem, Shrek 4 tem uma premissa que pode até ser interessante para alguns, embora não seja muito original - após fazer um acordo com o sacana Rumpelstiltskin, Shrek reassume sua vida viril e egoísta de ogro por um dia. O problema é que, para que o trato fosse firmado, Shrek abdica de um dia de sua vida, que acaba sendo o dia de seu nascimento. Nessa nova realidade, nenhum de seus velhos amigos o conhece e Fiona, seu grande amor, é uma ogra revolucionária que trama um ataque contra a fortaleza de Rumpelstiltskin (é mesmo, esqueci de comentar que com todos esses tratos ele toma posse do reino de Tão, Tão Distante e blá blá blá). Shrek então precisa conseguir um beijo do verdadeiro amor (já não usaram isso?) até o final do dia para anular o contrato, senão desaparecerá para sempre.

Bem, se Shrek 3 não havia empolgado muito, receio que Shrek 4 não consegue muito mais do que isso. O filme até tem referências interessantes e piadas bem encaixadas, mas o estilo escrachado do primeiro e segundo filmes não existe mais, dando maior espaço à lições de moral à la Disney do que piadas mais adultas. Não me levem a mal, amo os desenhos da Disney e tal, mas me parece que Shrek, originalmente, seguia uma espécie de contracorrente de contos de fadas. Não obstante, a ideia contida aqui é muito similar ao fraquíssimo caça-níquel Cinderella 3, talvez um dos piores exemplos de como ganhar dinheiro em cima de um clássico.

Recomendo Shrek 4 para aqueles que querem ir ao cinema sem compromisso, na companhia de amigos ou familiares dispostos a dar risada. Para aquele cara hardcore que não se satisfaz com pouco, sugiro distância. É melhor preservar suas boas memóias de um tempo Não Tão, Tão Distante, onde Shrek arrancava verdadeiras gargalhadas do público sem muito esforço.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

TENTO ENTENDER - FOSSA

Hoje estreio aqui no Blog um bloco novo, Tento Entender. Ao contrário da maioria de meus posts, os que pertencem a essa categoria não tratam diretamente de entretenimento, mas sim de coisas mundanas, triviais ou especiais que merecem ser debatidas. Eis então nosso primeiro assunto: fossa.

Fossa nada mais é do que aquele estado de depressão temporário (que às vezes parece eterno) em que não queremos fazer nada, não vemos sentido em nada. O mundo parece um lugar escuro, todos estão contra nós e há uma grande conspiração contra sua felicidade. Você tenta escapar ao ir correr no parque, ouvir música, ir ao cinema, mas aonde quer que vá, essa sombra o persegue implacavelmente, tornando-o uma pessoa volúvel e emocionalmente instável, capaz de gargalhar alto em um minuto e chorar como um bebê logo depois.

Mas por que ela existe? Não seria mais fácil estarmos bem o tempo inteiro?

A vida é cheia de problemas. Qualquer situação que cause um certo tumulto na vida afetiva, profissional ou amorosa de uma pessoa tem sempre um fator exponencial de contaminar as outras áreas. Você tenta lutar, falar a si mesmo que está tudo bem, mas isso não é o bastante. As outras pessoas ressaltam suas qualidades, seus feitos e seu potencial, mas esse consolo, embora reconfortante, não é capaz de amenizar muito de seu sofrimento. Sua cabeça trabalha a mil, inúmeras realidades paralelas formam-se em sua mente e você pensa em fugir. Sim, fugir! A solução para tudo! Ou será que não?

O modo como você encara a fossa é o que determina o que eu chamo de PCP (Padrão de Crescimento Pessoal). Pareço até um psicólogo inventando siglas, né? Bem, encarar a fossa frente a frente é para poucos, superá-la é doído e difícil. No entanto, ao final de tudo, seu PCP encontra-se em um estado alto, que possibilita a calmaria. Você se sente uma pessoa forte uma vez mais, talvez mais do que anteriormente. As coisas voltam a ter cores, tudo se encaixa novamente. Você pode ser pleno.

Se sua solução é fugir, seu PCP torna-se nulo. Sim, você tem um prazer momentâneo ao abandonar tudo e todos, um alívio gostoso de se sentir. O problema é depois. São poucos os que conseguem fugir para sempre. Uma hora ou outra o mundo irá puxá-lo de volta ao seu canto, e seu sofrimento será maior porque você ainda não aprendeu nada.

Não há uma fórmula mágica para aliviar a dor ou a preocupação. O tempo ajuda, é claro, mas nossa ansiedade vai contra ele, o que gera mais um conflito ao mar de problemas que já temos. Apesar de tudo isso, a fossa precisa ser vivenciada. Curtida não, vivenciada sim. Só ela nos traz bagagem o suficiente para lidar com nossos problemas ou mesmo ajudar uma pessoa importante para nós que passa por isso.

Distraia-se, inove, deposite suas aflições sobre ombros amigos. Isso diminui o grande peso que o mantém prisioneiro do sofrimento. Aceite novas ideias e, por mais que seja tentador, não seja masoquista. Não insista onde não há solução, em alguém que não o quer, em algo que não lhe traz prazer. Não seja levado pela onda do desespero. Agir por impulso e alterar simplesmente tudo a sua volta tem uma grande possibilidade de ser um erro difícil de reparar depois. Tente consertar as coisas uma a uma. É bem possível que logo que corrigir a primeira e mais incômoda de todas, as outras não se mostrem tão ruins assim.

domingo, 11 de julho de 2010

CRIMINALS, BEWARE! THE VIPER IS WATCHING YOU!

Ser um herói é para poucos. Ser um herói fantasiado é para menos pessoas ainda.

A cidade de Columbia, do estado de Tennessee nos Estados Unidos, não é a mesma desde a aparição de um homem mascarado que tenta auxiliar a polícia na identificação de crimes ou furtos. Vestindo seu uniforme verde e equipado com dois bastões de plástico e um punhado de estrelas ninjas, o sujeito em questão denomina-se Viper, ou víbora, em inglês, e pouco se sabe sobre sua verdadeira identidade a não ser que ele é um universitário de 20 anos amante de quadrinhos (dã!).

Com tantos filmes de super-heróis por aí, eu me perguntava quanto tempo demoraria para alguém assumir um manto e patrulhar as ruas de sua cidade. Só não sabia que o sujeito em questão seria uma mistura de Kick-Ass com Homem-Aranha, mas isso não altera o resultado.

De qualquer modo, não posso dizer que acho o fim da picada um sujeito pagar de herói. Por mais ridícula que seja a fantasia, acredito que se o ideal que esse estranho cara - que provavelmente nunca beijou na boca - tem é realmente ajudar as outras pessoas do jeito que lhe é possível, a coisa é interessantíssima. O problema jaz justamente aí, uma vez que já vimos milhões de exemplos de pessoas que só fazem esse tipo de coisa para aparecer.

Fico apenas impressionado com o vasto repertório de nomes de animais que servem como alcunhas de heróis. Pelo que me lembre, nem mesmo a Marvel ou DC Comics possuem um Viper em seu elenco. Ponto para ele. Resta saber se, assim como o animal que representa, ele irá apenas rastejar quando a situação apertar.

ANDREW GARFIELD É O NOVO HOMEM-ARANHA!

Pra quem ainda não sabe, recentemente a Sony Pictures anunciou quem deve substituir Tobey Maguire na pele de Peter Parker nos próximos longas do Homem-Aranha, filmes que devem restabelecer (lê-se reiniciar) as aventuras do Cabeça-de-Teia. O escolhido foi o desconhecido ator californiano Andrew Garfield, 26 anos, que teve participações elogiadas por O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus e o ainda não lançado Rede Social.

"Felipe, é ridícula essa ideia de reiniciar a série tão cedo. O filme vai ser um lixo!" Infelizmente, essa é a coisa que mais escuto por aí. Para os que pensam assim, só posso dizer hold your horses, young fellows. Dói dizer isso, mas a franquia original de Homem-Aranha, dirigida por Sam Raimi e estrelada por Tobey Maguire, já não tem mais conserto. Os dois primeiros filmes foram bons, repletos de cenas de ação e humor que escondiam as falhas de roteiro e até de filmagem, como na cena do funeral de Norman Osborn no primeiro filme. O terceiro, no entanto, levou o Amigão da Vizinhança a um ponto sem volta. Como fã de longa data do aracnídeo e ávido colecionador de suas histórias, tenho meus motivos para dizer tal coisa.

Primeiramente discutia-se que Gwen Stacy devia aparecer nos filmes, fato bem sensato com o qual eu concordava, contanto que Gwen também morresse do mesmo modo que nos quadrinhos. Sam Raimi diz então que não há espaço para ela e que a bela-porém-insonsa Kirsten Dunst faria uma Mary Jane com características de ambas as personagens. A fórmula até que deu certo, até Sam Raimi resolver de fato criar Gwen Stacy e colocá-la em um ponto sem o menor sentido, causando uma confusão sem precedentes que embolou totalmente a trama.

Não vou entrar nos méritos de teia orgânica, Duende Verde estilo Power Rangers ou tampouco o visual Surfista Esmeralda de Harry Osborn no terceiro filme, apenas limito-me neste parágrafo a falar da participação do Homem-Areia no último longa da franquia. Além de ser um vilão sem grande expressão, pelo menos para as telonas, Raimi o colocou como o assassino do tio Ben para adicionar um tom mais dramático ao enredo. Pois bem, ó gênio Raimi, se Flint matou o tio Ben, Peter NÃO deixou o assassino de seu tio escapar de suas mãos anteriormente, portanto ele NÃO tem o porquê de carregar a culpa pelo que aconteceu, o que naturalmente destroi toda a filosofia "grandes poderes trazem grandes responsabilidades", frase que é simplesmente a base de tudo na vida de Peter Parker. POXA VIDA! Precisa dizer mais?

Juntam-se a essa salada a fraca participação e desaparecimento de Eddie Brock, Homem-Aranha ovacionado e Mary Jane fracassada que, juntamente com Harry, formam um verdadeiro triângulo amoroso de novela mexicana, coincidências de lugar e personagens forçadas demais, enfim. Não há mais clima nem retorno para as tramas contadas, só a possibilidade de colocar o dedão no "reset", por mais que eu concorde que é de fato muito cedo para isso.

Especula-se que os novos filmes serão baseados na linha Ultimate Spider-man, escrita por Brian Michael Bendis. Coleciono Ultimate Spider-man há um tempo já (veja a foto!), e gosto de como a personagem foi atualizada para os tempos modernos. As tramas são dinâmicas e os conflitos facilmente entendidos, o que torna a ideia de passar a franquia para o cinema muito interessante. Marc Webb dirigirá a nova série e, julgando-o por seu trabalho em 500 Dias com Ela, acredito que deve sair coisa boa daí.

Andrew Garfield assinou contrato para três filmes, sendo que pelo primeiro, o ator receberá 500 mil dólares, quantia um tanto quanto inexpressiva para um filme de tamanho potencial bilhetérico (neologismo não é bem meu forte). Seja como for, estamos diante de alguém talvez um pouco menos boçal que Tobey Maguire, que talvez não precise representar uma versão emo de Peter Parker. Não sei quanto a vocês, mas pelo menos eu rezo por isso. De verdade.

Posteriormente tenho a intenção de comentar a linha Ultimate Spider-man em mais detalhes, assim como outros quadrinhos que tenho acompanhado. Fiquem ligados!

sábado, 10 de julho de 2010

TOY STORY 3

Desde que o longa Toy Story 3 foi anunciado pelo estúdio de animação Pixar há alguns anos, confesso que fiquei um tanto inquieto. As aventuras de Woody e Buzz não só marcaram minha infância como minha adolescência em si, dado o intervalo de quase 5 anos entre os dois primeiros filmes da franquia. Era de se imaginar, então, que eu e tantos outros fãs ficássemos temerosos quanto ao aparente último episódio da fantástica saga dos brinquedos de Andy, especialmente por achar que dificilmente uma trilogia consegue manter o mesmo nível de qualidade até o final (Homem-Aranha que o diga).

Pois bem, mesmo sabendo que a Pixar é fora do sério, minhas expectativas não eram tão elevadas. Talvez por isso mesmo eu tenha saído do cinema simplesmente deslumbrado com o que vi. Ou talvez isso tenha ocorrido simplesmente porque Toy Story 3 é um dos filmes do ano. SÉRIO!

Não vou me estender detalhando a trama da animação, apenas resumo minha participação comentando que, uma vez mais, o estúdio Pixar se superou. Se Wall-E e Up! haviam sido incríveis, Toy Story 3 alcança um patamar maior ainda, conseguindo misturar um novo e empolgante enredo com uma pitada concentrada de nostalgia que, por questões óbvias, as outras animações não continham. Não só o visual do longa é impecável como as piadas são bem trabalhadas, os conflitos bem desenvolvidos e resolvidos, culminando em um final de cortar o coração que fez lágrimas escorrerem pelo rosto do dono deste blog (a sorte foi que os óculos 3-D puderam escondê-las).

Toy Story 3 é uma animação completa, talvez a melhor e mais emocionante já feita. Não há dúvidas que a Pixar sabe o que faz, o que me deixa ainda mais ansioso pelo que está por vir. Ponto para o estúdio, criativo e genial como sempre, e ponto para minha amada Disney, que acreditou no projeto 15 anos atrás.


Thumbs Up: 5/5

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MÃE, TÔ NA INTERNET!

Voilà! Eis meu pequeno templo de pensamentos perdidos, uma página virtual que deve servir como uma espécie de cemitério de ideis deste escritor esquisito que vos fala. Para quem não me conhece, meu nome é Felipe Pan, autor do recém-publicado livro infanto-juvenil "Rede de Sonhos". Se você faz parte dos 98% de visitantes que não conhecem a obra, peço gentilmente que aguardem posts futuros com maiores informações - ou se preferirem, aceito esclarecer qualquer dúvida por e-mail também. Agora, se você faz parte dos 2% de visitantes que já leram ou ouviram falar de Rede de Sonhos, dou-lhe os parabéns. Não deve ter sido fácil.

Para ser bem sincero, resolvi criar o blog PANteão de Ideias (sacaram o trocadilho?) pela urgente necessidade de divulgar meu trabalho no mundo literário. Mesmo assim, o objetivo deste blog não é apenas esse, mas sim entretê-lo, informá-lo, fazê-lo rir, gargalhar, fechar a página do navegador, criticar minhas opiniões absurdas, xingar-me mentalmente, enfim. Peço apenas que todos tenham algum tipo de reação ao ler esta freaking page, for Christ's sake!

O blog PANteão de ideias trata exclusivamente de entretenimento, seja ele voltado ao cinema, literatura, quadrinhos ou até mesmo esportes. Não posso garantir a frequência exata com que postarei aqui, mas sempre que houver alguma novidade digna de meu estúpido escrutínio, juro que o farei, ó leitores insaciáveis!

Boa diversão!