terça-feira, 20 de julho de 2010

NOWHERE BOY

"Is nowhere for the geniuses, sir? 'Cause then I probably do belong there."

Como qualquer Beatlemaníaco, fiquei extremamente contente quando foi anunciado o filme Nowhere Boy ano passado, um longa que deveria retratar a conturbada adolescência de John Lennon até seu encontro com outras famosas personagens que, posteriormente, formariam a maior banda de rock de todos os tempos. Infelizmente o filme não veio parar em nossas terras (pelo menos não que eu saiba), o que me forçou a baixá-lo para que eu pudesse assisti-lo. E não é que eu recomendo que todos façam o mesmo?

Dirigido pela estreante Sam Taylor-Wood, Nowhere Boy trata de um modo muito sensível os delicados aspectos da adolescência de John Lennon (Aaron Johnson, o Kick-Ass), como o modo como ele foi criado por sua rígida tia Mimi (Kristin Scott Thomas dá um show de atuação), sua reaproximação com sua mãe Julia (Ann-Marie Duff), a verdade por trás de seu pai e sim, o lendário encontro entre ele e Paul McCaurtney (Thomas Brodie Sangster). Sobra ainda tempo para uma pontinha de George Harrison também, para felicidade geral dos fãs.

É importante ressaltar, contudo, que mesmo com a presença de alguns Beatles, o filme não trata necessariamente de como eles começaram a banda. Mais que isso, o longa retrata o início da jornada de John pela música e pelo rock n' roll, estilo ao qual o garoto é fascinado graças ao grande Elvis Presley. Levando isso em consideração, a trilha sonora do filme faz bonito - clássicos dos anos 50 e 60 como "Blue Moon" juntam-se a gênios do rock como Buddy Holly e Elvis Presley, tornando a coisa toda ainda mais interessante. Aliás, no que diz respeito à música, Aaron Johnson manda muito bem ao reproduzir canções como Maggie Mae na raça, assim como todo o elenco - Thomas Brodie consegue até personificar o violão canhoto de Paul McCaurtney. A dramaticidade da história fica no modo como John enxerga o mundo e como o mundo o enxerga. O garoto carrega consigo uma certa rebeldia contra as pessoas que aparentemente o abandonaram, eventualmente achando um pouco de conforto em seu eterno amigo e rival Paul, que tentava se recuperar da perda de sua mãe.

Enfim, recomendo Nowhere Boy não só para fãs de Beatles, mas para qualquer um que seja curioso em saber as motivações por trás do grande gênio que foi John Lennon. Se você de quebra tem uma queda por cinema britânico, o filme irá deliciá-lo ainda mais, uma vez que a produção inteira é, além de independente, inglesa. Está tudo lá: sotaque inglês carregadíssimo, rock n' roll, The Quarrymen, Liverpool e até mesmo o Cavern. Certamente os mais apaixonados vão se deliciar procurando os diversos Easter Eggs espalhados pelo filme.

Thumbs Up: 4/5


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