Domingo marcou o último dia da Bienal do Livro de São Paulo e, com o término do evento, sinto-me mais confortável para poder refletir e deixar aqui neste espaço algumas humildes opiniões sobre o evento como um todo.
Infelizmente, meu texto inicia-se com fortes críticas à organização da Bienal. Um evento de tamanho porte deve sempre se preparar para o pior cenário possível, ou seja, visualizar um número potencial grande de visitantes e criar estratégias de vazão para entrada e saída do local desejado de modo eficiente e eficaz. Pois bem, claramente isso não aconteceu. A maioria das pessoas interessadas no evento tiveram de ficar paradas no trânsito próximo à entrada do Pavilhão Anhembi por cerca de duas horas ou mais, sem qualquer instrução da CET ou da equipe da Bienal. Nesse tempo houve algo que me chamou a atenção - a presença do serviço "Valete" de estacionamento, na qual o visitante poderia pagar R$40 para ter seu carro estacionado em uma área VIP. Pois bem, se os organizadores viam o tumulto generalizado que corria solto, quem foram as infelizes cabeças acéfalas que disponibilizaram tal coisa? Mais uma vez me impressiona a incapacidade de se fazer um evento decente no Brasil. Os organizadores visam o lucro acima de tudo, sem qualquer consideração com as pessoas dispostas a participar de um evento tão culturalmente atrativo. Aliás, fica minha crítica também ao estacionamento regular do local, que ousou cobrar R$25,00 dos visitantes e ofereceu condições tão precárias de organização. Realmente lamentável.
Dentro do pavilhão as coisas seguiram bem. Os estandes das editoras apresentavam boas novidades e a presença ilustre de nomes como Ziraldo e Maurício de Sousa, que ajudaram a promover o evento. No estande da Editora Novo Século, tive o prazer de conversar com alguns leitores e tirar fotos junto aos demais escritores do selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, uma experiência muito bacana. Conhecer os autores com quem só trocava figurinhas pela internet foi muito legal. Sobrou ainda um tempinho para gravar um vídeo de divulgação para Rede de Sonhos e, quando ele for ao ar, devo postá-lo por aqui - mesmo tendo a impressão de que pareci um baita de um mané.
Por fim, sob o ponto de vista de um visitante qualquer, a última coisa que lamento foi a ausência de promoções durante a maior parte do evento. Poucas editoras tiveram a audácia de oferecer descontos e preços mais acessíveis ao público, o que é no mínimo triste. Em alguns casos em particular, a falta de volumes de uma obra no estoque também foi de grande falta de planejamento. Se não tivesse prestigiado meus colegas comprando dois livros do selo Novos Talentos, teria saído da Bienal de mãos abanando. Fica aqui a dica para quem quer comprar livros mais barato - internet, filhão. Internet.